domingo, 24 de fevereiro de 2013

Livros, Livros, Livros #1


A SOMBRA DO VENTO





Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de letras
Páginas: 399
Nota: 10


Já faz uns 5 anos que li A Sombra do Vento, foi um dos primeiros livros que me fez gostar de ler de verdade.
Ele entrou para minha (ainda curta naquela época) lista de autores favoritos e está lá desde então.
A Sombra do Vento é o primeiro livro que me vem à mente quando alguém pede que eu recomende um livro.
Bom, a história dele gira em torno de Daniel Sempere que certa noite, aos 10 anos de idade, acordou com o coração acelerado, assustado por não conseguir lembrar do rosto da mãe, que morreu de cólera seis anos antes.
Para tentar acalmar o filho, o sr. Sempere, proprietário da livraria especializada em livros para colecionadores e livros antigos, Sempere e Filhos, leva Daniel em um lugar misterioso, perdido na neblina de uma Barcelona de 1945.
O Cemitério dos Livros Esquecidos é o lugar para onde cada volume que tenha se perdido, ou sido esquecido vai e é guardado, podendo, assim, viver para sempre.
Daniel sente-se sugado pelo lugar, que parecia saído de algum livro, magico e secreto. Pela tradição, quando alguém visitava o Cemitério pela primeira vez, poderia adotar um  livro e cuidar dele, para que nunca fosse esquecido. 
O garoto percorre, então, o labirinto de prateleiras, perdendo-se na imensidão do local, tateando as lombadas de vários livros até que um deles chamou sua atenção: A Sombra do Vento, de Julián Carax.

"Talvez a atmosfera enfeitiçada daquele lugar se tivesse incorporado a mim, mas tive certeza de que aquele livro estivera me esperando ali anos a fio, provavelmente desde antes de eu nascer."
Extasiado com a aventura que acabara de ler, o menino queria compartilhar aquele santuário de livros com seu melhor amigo Tomás Aguilar, mas havia prometido ao pai que não contaria a ninguém.
Sedento por mais daquele universo criado por Carax, Daniel consulta o pai, mas tem uma surpresa quando ele não reconhece nem o título do livro nem o autor.
Sr. Sempere, intrigado, decide consultar um velho amigo, Gustavo Barceló, também dono de uma livraria e comandante do Grêmio dos Livreiros de Sebo. 
A curiosidade de dom Gustavo é despertada e ele convida o garoto a ir a Biblioteca do Ateneo afim de contar-lhe o que sabia sobre Carax.
No dia combinado, Daniel, no alto de seus dez anos, conhece a sobrinha de dom Gustavo, chamada Clara Barceló. O menino se apaixona pela moça que tem quase o dobro de sua idade e fica fascinado com a beleza e a inteligência dela.
Clara, a especialista em Julián Carax, conta a Daniel a história dos livros e da vida de Julian e sua saga para descobrir o paradeiro dos outros livros, e o mais intrigante, o porquê de o volume que pertencia a Daniel ser o único que restou.
Aparentemente, todos os livros de Carax foram queimados.
Daniel cresce, mas seu desejo por saber mais sobre Julián perdura.
Novos personagens surgem no caminho do garoto, como o irreverente Fermín Romero de Torres, encontrado por Daniel, sujo e mendicante. Daniel o ajuda e lhe da um emprego na livraria do pai, que procurava um ajudante. Fermín revela-se uma figura bondosa e cheia de teorias filosóficas, mas acima de tudo um amigo fiel para os Sempere.
Daniel continua sua jornada em busca de respostas sobre os mistérios que cercam os livros de Julian Carax. Passando por diversos perigos, o rapaz descobre segredos sombrios enterrados há muito tempo e cruza o caminho de pessoas que desejam que esses segredos permaneçam mortos.

A Sombra do Vento tem uma narrativa gostosa de ler, que flui muito bem e prende o leitor , que quer devorar o livro até a última página. Záfon constrói um universo de intrigas, mentiras e aparências que nos faz mergulhar de cabeça na história e implorar por mais.
Esse é sem dúvida um dos meus livros favoritos, aquele que eu guardo num cantinho especial do coração.

"Certa ocasião ouvi um cliente habitual da livraria de meu pai comentar que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro liro que realmente abre caminho ao seu coração. As primeiras imagens, o eco dessas palavras que pensamos ter deixado para trás, nos acompanham por toda a vida e esculpem um palácio em nossa memória ao qual mais cedo ou mais tarde - não importa os livros que leiamos, os mundos que descubramos, o quanto aprendamos ou nos esqueçamos - iremos retornar. Para mim, essas páginas enfeitiçadas serão sempre as que encontrei entre os corredores do Cemitério dos Livros Esquecidos."

Para quem gosta de Victor Hugo, Alexandre Dumas e Edgar Alan Poe (eu amo, amo e amo!!) é uma boa pedida, no mesmo estilo desses três grandes autores. A tensão persiste até o final e a ação é garantida.
Leitura obrigatória para aqueles que gostam de mistério e revira-voltas.
É isso, a primeira resenha de livros do blog, só poderia ser de um livro incrível e um dos meus favoritos.
Até a próxima!

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